Olhei e percebi q algo te errado estava acontecer perante os meus olhos, procurei te por todo o lado e apenas tive a satisfação de ver uma simples fotografia já completamente estragada de tanto a apertar com toda a raiva e ciume que sentia. Palavras q digo hoje que foram verdade são completamente o oposto, tal como prometi a D. Teresa da farmácia eu não vou voltar a chorar sobre o leite derramado. Agora pedi ao sol para que ele brilha se o mais possivél para q tu pudesses ver o brilho dos meus olhos, e que percebesses que agora não tenho raiva nem odio nem ciume, percebi que a vida são mesmo dois dias, e q raramente me preocupava com certas pessoas de quem realmente gostava, algumas já partiram e eu só tenho medo de ficar sozinha, pela estupidez que em mim explodia perante situações absurdas. Hoje queria q o tempo voltasse a atrás e q a menina dos olhos azuis deixa-se de fazer parte da fotografia guardada na gaveta da sala e passa se a ser a irmã q tanto te pedi a ti mãe. O Manuel Joaquim da padaria disse para eu ir a procura de quem eu mais queria ter para o resto da vida, eu tentei, fiz tudo por tudo, corri montanhas e vales, mas não te encontrei.

Eu preciso de me refugiar deste mundo e procurar a verdade q até Hoje nunca vi, mas simplesmente não posso pois sei q apesar de tudo existe alguém q precisa de mim agora.


Passar pela Casa da D. Maria Pi era algo extremamente assustador, pois há quem diga q ela matou o marido e depois fez sopa dos seus próprios orgãos. Cada vez q ouvia essa história desatava a rir, sim realmente ela é um pouco maluca da tola, mas daí a cometer um crime desse nivél, quando demora 1 hora para matar uma mosca.

Hoje também ja nada me espanta, tanta coisa estranha já passaram pelos meus olhos e ouvidos, como o facto do Sr . Pirilampo da loja Bambi ter cozinhado o seu cão após estar praticamente na falência, sem nada para comer.

A Sr. Joaquina pediu me hoje para passar na sua mercearia para lhe tomar conta do seu neto João, que é bastante traquina. Mal lá cheguei vejo o menino a fazer chichi para o vaso das rosas, puxei lhe as calças para cima e perguntei o que estava a fazer, em que ele respondeu que estava a regar as flores como a avó lhe dita pedido. Rapidamente lhe expliquei que para se regar as plantas era com agua, mas ele rapido respondeu que estava farto de ouvir dizer para não desperdiçar água. Como ele não queria ouvir o que lhe estava a dizer puxou me pela uma mão e pediu me para ajudar a voltar a por o cão a viver pois tinha ocorrido um pequeno acidente. Quando cheguei ao local do crime vi o cão completamente estendido no chão toquei lhe no pêlo que por sinal era extremamente fofinho, perguntei de seguida o que se tinha passado.


João: - Eh assim menina o faísca estava tudo sujo e eu quis lhe dar banho para ser mais rapido enrolei o na roupa suja para a avó por na máquina de lavar sem dar conta, após ter acabado a lavagem fui rapidamente busca-lo, depois coloquei-o no microondas para o secar e ficou assim todo farruscado.


Nem queria acreditar como uma criança de 6 anos fez aquilo a um pobre animal indefeso, seria o joão um ser humano normal ou um ser de outro mundo completamente descontrolado, por estas situações todas é que eu acho que este mundo não é normal.

Após o sucedido tive que enterra o pobre faisca, que apenas durou nada mais nada menos do que 2 anos de vida.



Há coisas Fantasticas Não Há =D


Passei pela travessa da desilusão e quando decidi atravessar a rua, passou um lindo carro azul, lindo lindo era mesmo o dono, achava isso tudo até o dia em que ele quase me atropelou. Pensei de imediato que o dia nao tivesse corrido bem, mas isso não implica esmagar tudo o que nos aparece a frente como se fossemos a laranjas da D. Maria Cusca. Por momentos julguei que a culpa fosse minha, pois sou demasiado distraida tendo já atropelando um rapaz que seguia de bicicleta e batendo contra a mercadoria da praça.

Mas sinceramente nao me preocupei muito com o caso, e prometi a mim mesma fazer o testamento antes de volta a atravessar a rua. Com isto tudo esqueci-me completamente do que a mãe me tinha pedido mas veio me a cabeça que pudesse ser uma alface para o almoço, de preferencia sem o sr. caracol a vaguiar no meu prato que cause esmaguei com os meus dentes.

Mas agora ja sendo 15 horas tinha que me apresentar ao agencia da cidade para promover um anuncio de amaciador para cães, estava com medo de fazer figuras como quando tive de vestir aquele fato mal cheiroso de perú para uma promoção no supermercado. Mas acabei por segurar num cachorrinho querido para promover o anuncio, era perfeitamente querido até decidir urinar em cima de mim, sinceramente não era o sitio mais apropriado. Após um dia de perfeito trabalho estava com vontade de comer algo e fui até á maquina os doces, coloquei a moeda na maquina mas não saiu nada. indignada dei uma ligeira palmada naquela coisa quadrada até que segundos depois desatou tudo a sair disparado como se viesse ai a terceira Guerra Mundial.

Decidi então regressar a casa, coloquei a minha mala chique azul bébé, que na verdade comprei na loja dos 300. Deitei me na cama e bati palmas para a luz se apagar esperando que um dia melhor surgisse sem máquinas de guloseimas a atirar com todo o tipo de doce como se estivesse a tentar me assassinar pela palmadinha sem intenção de magoar que lhe dei.

Sentada no banco da esquina da praça, encontrei algo a brilhar no chão e fui a correr ao seu encontro.Era uma belissima medalha no qual estava estampado " Mariana menina dos olhos azuis nascida a 23 de Abril" , era realmente espantoso como aquela menina fazia anos no mesmo dia que eu. Peguei nela e coloquei a dentro do meu bolso, depois dirigi me até ao banco onde estava, peguei na minha mala rosa choque da Hello Kitty e fui em direçcão à paragem de autocarro. Olhei em minha volta e reparei que estava lá a Dona Maria Das Dores, ela abanou a mão para me dar os bons dias e eu retribui com um sorriso.
Apanhei o autocarro para regressar a casa, quando iamos mesmo para ir embora olho pela janela e vejo a minha mãe a correr querendo também apanhar o autocarro. Mal entrou veio logo ao meu encontro.

Mãe: - Entao filha não sabia que tinhas vindo até à praça.
Eu: - Pois, nem tava nos meus planos, mas a Teresa tava com um problema e precisava de mim.
Mãe: - Fizeste bem eu tive que ir a casa da Dona Amelia para lhe lavar a roupa.
Eu: - Ah Mãe! Tu nem sabes, encontrei esta medalha ali no chão da praça e repara bem nesta medalha, pertence a uma tal Mariana que faz anos no mesmo dia que eu. Nao é fantastico ?
Mãe: - Pois, é uma coincidência.
Eu: - Só espero conhecer essa Mariana.

O resto do caminho a minha mãe permaneceu calada, achei estranho mas eu agora só queria encontrar a menina dos olhos azuis.
Senti uma vontade de ir ao sotão, mas sinceramente não sei bem porquê, lá só estão guardadas coisas muitos velhas. Ao lá chegar a minha imaginação voltou a fazer das suas e regressou o mamute, que me perguntou a razão pela qual tanto empenhamento pela procura da menina, ao qual respondi.
Eu: - É como se essa menina me fosse familiar, e faz me lembrar aquela criança que precisava de mim, sento que ela precisa de mim, percebes ?.
Mamute: - Fecha os olhos quero te mostrar uma coisa.
Fechei os olhos e para o meu espanto encontro um mundo onde tudo era escuro e não havia cor alguma, ao caminhar reparei numa luz e ouvia constantemente um choro de uma criança. Corri em direcção à luz o mesma depressa possivél. Quando alcancei o meu objectivo, lágrimas escorriam pela minha cara, pois estava ali, presente aos meus olhos uma criança completamente desfeita num choro persistente, e cheia de dor pelo corpo inteiro. Tentei agarra-lá mas eu era completamente transparente. Abri os olhos e encontrei-me de novo no sotão, um caixote escorregou até mim e fez cair recortes de jornais onde persistia a noticia " criança encontrada no meio de floresta de São Francisco completamente abandonada". Sai a correr de casa e fui até ao jornal da cidade pedir informações sobre o caso. Passado alguns minutos tive direito ao arquivo de casos de criança, onde estava indicado o caso em que descrivia totalmente o acontecimento . Não queria acreditar no que estava a ler em letras pretas e a negrito " Mariana, a belissima menina dos olhos azuis e nascida em 23 de abril, desapareceu sem deixar rasto de casa, após ter sido vista pela ultima vez na floresta de São Francisco " de seguida indicava, caso foi arquivado como suspeita de morte da criança mas sem qualquer prova, apenas a unica explicação mais considerável.

Quando abri os olhos, senti um ruido estranho na minha cabeça como se um avião viesse bater contra a janela do meu quarto ... Tinha algo grande e peludo a tampar a minha cara, tirei aquilo o mais rapido que pude. Levantei-me e percebi que nao estava no meu quarto, mas sim na selva e aquela coisa peluda e grande era um mamute. Desatei a correr, mas nao por muito tempo pois levei com um cocô na cabeça e cai redonda no chão. Quando acordei reparei que tinha um galo enorme na cabeça mas desta vez já estava no meu quarto. A dona Joaquina veio ao meu quarto perguntar se estava tudo bem, ao qual respondi que sim, ela contou-me que eu tinha estado em coma durante 1 mês... devido ao acidente que tinha dito, do qual sem sequer fazia ideia... Informou me que o médico tinha dito que queria repouso absoluto e pediu para eu voltar a adormecer e descansar... Mas eu pedi-lhe para ela me deixar ir apanhar um pouco de ar lá fora... Ao qual ela respondeu

D.Joana : - Mas nao demore muito menina que ja se esta a fazer tarde.
Eu : - Sim eu prometo nao demorar.

Abri a porta do patio das traseiras e fiquei sem ar por uns instantes. O mamute com o qual eu sonhei estava ali mesmo a minha frente, eu tentei fugir mas ele pediu que eu ficasse pois tinha algo de importante para dizer. Eu comecei a achar que estava louca pois estava a falar com um mamute. Ele disse que so eu o podia ver e que ele era fruto da minha imaginação. Explicou-me a razão pela qual estive envolvida naquele acidente, e que tinha sido uma maneira para eu perceber que nao devia estar ali. Apenas sobrevi pois tive direito a minha segunda oportunidade mas para ter cuidado pois daqui em diante algo de grave iria cair sobre mim.
Derenpente pela minha cabeça passaram imagens de um acontecimento, que eu nunca tinha sequer visto, era o de uma criança rodeada de pessoas a tentarem lhe fazer mal , ela gritava o meu nome com um desespero, tremendo por todos os lados... Aquela criança eu nunca tinha visto antes. Mas parecia que ela me conhecia como ninguém era como eu ser a unica pessoa que a pudesse tirar dali. Lembrei da historia em que a mãe me contava quando eu era pequena, a historia de uma mãe que teve de optar entre duas filhas gemeas, pois nao podia ficar com as duas deixando uma entregue ao vento. Não sei ao certo a razão pela qual aquela historia me passou pela cabeça.
Sente-me no baloiço do jardim, pensei mas não consegui chegar a nenhuma conclusão. Não consegui encontrar qualquer relacionamento entre o mamute da minha imaginação e a historia das gemeas, mas nao vou desistir enquanto nao encontrar uma resposta.